quinta-feira, 28 de fevereiro de 2008

Ausência e Regresso

Passaram-se quase 13 meses desde a última vez que prestei atenção ao Mercado do Peixe. Ao longo deste tempo, muita coisa aconteceu que me obrigou a virar antenas para outros lados, o que não significa de forma alguma ter abandonado a paixão pelo aquarismo. Ora, cá estou eu de novo, com a mesma vontade de aprender e incentivar a aprendizagem deste magnífico hobby.

Enquanto preparo a minha próxima postagem, ainda sobre as bases do aquarismo, voltar a descrever o mundo aquático que vou alimentando diariamente. Pois...porque muito mudou desde a minha primeira postagem em que fiz esta descrição! O tanque comunitário continua o mesmo, mas com com muitos peixes novos. A idade e algumas doenças vulgares, mantiveram apenas o "núcleo duro" da comunidade. O velho Pleco tornou-se Rei do tanque, já com cerca de 20 cm, mas o Comedor de Algas Chinês Dourado não fica para trás. É fantástico como estes bichos crescem, e vê-los crescer é ainda mais gratificante.

Fazendo uma relação de toda a comunidade, temos agora cerca de 60 membros. Não incluindo os guppies, eis a comunidade:

  • 1 x pleco comum (eng.: common pleco; sci.: hypostomus plecostomus)
  • 1 x comedor de algas chinês dourado (eng.: gold chinese algae eater; sci.: gyrinocheilus aymonieri)
  • 4 x gourami pérola (eng.: pearl gourami; sci.: trichogaster leerii)
  • 6 x pinguins (eng.: penguin tetra; sci.: thayeria boehlkei)
  • 6 x harlequins (eng.: harlequin rasbora; sci.: trigonostigma heteromorpha)
  • 3 x mollies (eng.: molly; sci.: poecilia sphenops) - 1 x Black, 1 x Dalmation, 1 x Gold
  • 1 x gold phantom tetra (sci.: hyphessobrycon roseus),
  • 3 x silver tip tetras (sci.: hasemania marginata)
  • 7 x tesouras (eng.: scissortail tetra; sci.: moenkhausia intermedia)
  • 6 x zebra danios (sci.: brachydanio rerio)
  • 1 x oto (eng.: otto, dwarf sucker; sci.: otocinclus vittatus)
  • 2 x glowlight tetra (sci.: hemigrammus erythrozonus)
  • 1 x tetra yellow phantom (sci.: hyphessobrycon roseus)
  • 3 x scats bandados (eng.: striped or African scat; sci.: scatophagus tetracanthus)
  • 2 x botia yoyo (eng.: yoyo loach; sci.: botia lohachata)
  • 1 x olho de fogo (eng.: beacons fish, head and tail-light fish; sci.: hemigrammus ocellifer)
Todos os outros aquários foram desactivados. A morte dos nossos Bettas, que tanta alegria nos deram, fez com que decidíssemos dar um intervalo até que voltássemos à carga. A fêmea que pôs os ovos morreu pouco depois, presa num Carocha de plástico que tinhamos no tanque comunitário há anos. O macho que lhe cruzou, morreu de velhice (infelizmente, esta espécie não dura muito!). O único filhote (uma fêmea), que conseguimos salvar de toda a ninhada, morreu cerca de 1 ano depois, nem sei bem ainda porquê!! Enfim...entristeceu, mas não nos derrubou. De acordo com os poucos amantes e lojas de aquarismo que conhecemos, fomos os únicos até agora a conseguir um cruzamento nesta espécie. Por isso, seguindo a mesma receita, tentaremos de novo daqui a mais algum tempo.

Bem...como disse, este post seria apenas uma espécie de anúncio de regresso, esperando que todos os que o achem útil voltem a utilizá-lo. Convido desde já a todos os interessados em postarem textos, fotos, etc., a mandarem-me um email para o alexandre-cardoso@live.com.

Abraço e até já!!


Fotos/Imagens:
- http://mikelynchcartoons.blogspot.com

sábado, 6 de janeiro de 2007

O Habitat do Betta Splendens

Esta espécie tem origem na bacia de um dos maiores rios do mundo, o Mekong, que cruza países como a China, a Birmânia, Tailândia, Laos e Vietname. Esta região era outrora chamada Sião; daí que, em Inglês, é comum chamar-se esta espécie de Siamese Fighting Fish. O seu habitat natural, por incrível que possa parecer, são as águas rasas e calmas das plantações de arroz, com muito pouco oxigénio e pouco movimento. Este é, aliás, um dos factores que contribui mais para a facilidade que existe em domesticá-lo. O site Siamese CyberAquarium tem várias fotos deste habitat natural e diversa informação interessante sobre a espécie. Abaixo o mapa de distribuição geográfica desta espécie.

Em cativeiro, existe uma grande controvérsia sobre o tipo de aquário apropriado para manter um Betta. É muito comum em lojas (e mesmo com alguns aquaristas) vermos Bettas mantidos em frascos, ou em outros pequenos receptáculos de entre 100cl e 1L, sendo essa prática justificada por se tratarem de peixes muito resistentes e “necessitarem” de pouco oxigénio. E é verdade que são muito resistentes, mas apesar de se darem bem em águas com baixos níveis de oxigénio, isso não significa que os Betta “necessitem” de menos oxigénio que os outros peixes. O órgão respiratório que possuem (labirinto) permite-lhes respirar ar directamente da superfície. E eles precisam de algum espaço para isso.

Um bom aquário para Betta deve ter no mínimo 15L (sendo recomendado que tenha entre 20L e 40L), onde se desenvolverá muito melhor, com muito mais saúde, e porque não, mais felicidade. O que sente ao olhar para a foto abaixo? Essa é a nova moda dos vendedores de peixes: vasos "de Betta" com um Lírio da Paz (
Spathiphyllum wallisi Regel). Acha que os bichos se sentem felizes e em "casa"?

Por outro lado, para que se mantenha o Betta saudável, é necessário que a água tenha pouco movimento e seja mantida a uma temperatura estável e ligeiramente quente (entre 24º e 30º C), com um pH neutral ou ligeiramente acídico (entre 6.8 e 8.0). Este é, aliás, outro argumento importante contra a manutenção do Betta em pequenos espaços, onde é muito complicado controlar as condições da água. O movimento da água deve ser mínimo, pelo que não se aconselha a utilização de sistemas de filtragem de compressores fortes (Powerheads e Power Filters). Uma simples pedra difusora, alimentada por um pequeno compressor, e regulada ao mínimo, funciona perfeitamente. Se, pelo contrário, se optar por não utilizar qualquer sistema de filtragem, efectue uma muda de 25% da água pelo menos de 15 em 15 dias. Convém alertar para o facto de que, mesmo utilizando um sistema de filtragem, é necessária a muda de água com alguma regularidade, para remover restos de comida, fezes, etc., e evitar os desnivelamentos de amónia, nitrato e nitrito. Estas mudas devem ser sempre parciais (evite a mudança total da água) e graduais.

Apesar de serem extremamente agressivos face aos seus semelhantes (principalmente entre machos), os Betta são bons peixes comunitários, dando-se bem com grande parte das espécies comunitárias. Por vezes, a relação com Tetras, Barbs e Guppies pode não ser a melhor, por adorarem debicar nas suas longas barbatanas.

O aquário do Betta deverá ter sempre uma tampa, porque apesar de bastante lentos e “preguiçosos”, eles são excelentes saltadores. Por isso, se não quiser desesperadamente apanhar o seu Betta do chão, ponha-o num aquário com uma tampa de vidro ou plástico, desde que esta possua alguma abertura para "respirar".

Como decoração, coloque algumas plantas – de preferência vivas, uma vez que as de plástico frequentemente rasgam as suas delicadas barbatanas. Plantas flutuantes são igualmente boas para o Betta, para servirem de apoio ao ninho de bolhas que o macho irá elaborar para reprodução. Algumas das melhores plantas para um aquário de Betta são as Anubias, Java Fern (
Microsorum pteropus), Java Moss (Vesicularia dubyana), e as Vallisneria. Para além das plantas, os Betta gostam de ter à disposição alguns esconderijos. Por isso, coloque algum(ns) tronco(s), pedras e um pote de barro, por exemplo. Geralmente dão-se bem com Cascalho fino ou mesmo areia.

Por fim, evite qualquer tipo de material reflector, como espelhos, uma vez que ao verem o seu próprio reflexo, têm tendência a reagir agressivamente – pensando que têm a companhia de outro macho -, o que rapidamente irá levar a cansaço excessivo, altos níveis de stress e mesmo alguns estragos nas barbatanas.


Referências:
- http://freshaquarium.about.com
- http://animaldiversity.ummz.umich.edu
- http://www.siamsbestbettas.com
- http://www.fishkeeping.co.uk
- http://watershed3.tripod.com/bettas.html

Fotos/Imagens:
- http://watershed3.tripod.com/bettas.html
- http://www.badmanstropicalfish.com/articles/betta_vase.jpg

sábado, 30 de dezembro de 2006

Iniciando no Aquarismo

Há alguns dias, fomos abordados por uma vizinha que decidiu oferecer, como prenda de Natal, um aquário ao seu filho. E, por ter sabido que já andamos nisto há algum (ainda pouco!) tempo, pediu-nos alguma ajuda. Pelo que percebí, já antes tiveram um Goldfish e um Betta Splendens em casa, mas em pequenos globos. Desta vez, trata-se de um aquário de 40L. Bem...as dúvidas, para quem não tem experiência nestas andanças são sempre muitas (pelo menos para quem tem, de facto, vontade de fazer as coisas o mais correctamente possível).


Esta abordagem fez-me pensar que, para cumprir com um dos principais objectivos deste blog – incentivar o Aquarismo -, devia imediatamente introduzir alguma informação para principiantes.

Para já, e porque muitos dos assuntos merecem ser aprofundados, vamos apenas apresentar algumas dicas:

Preparação do Aquário, Equipamento e Decoração
1. Inicie-se por um aquário de, pelo menos, 40 L. Muitos principiantes pensam que começar por um aquário de pouco volume é melhor e mais fácil, o que não é verdade. Por diversas razões, os aquários de médio e grande volume são melhores e mais fáceis de cuidar. Uma das principais razões é o facto destes serem mais estáveis em termos de temperatura e condições da água.

2. Certifique-se de que possui todo o equipamento básico para montar o seu aquário e garantir a recriação de um habitat o mais próximo possível do natural: um suporte capaz de aguentar com o peso do aquário (não se esqueça que 40 L de água equivalem ao mesmo em peso, mas ainda terá o peso da areia!!), o sistema de filtragem, um aquecedor, uma cobertura apropriada com iluminação. Após a instalação do aquário, vai ainda necessitar de alguns condicionadores de água, uma rede, kits de testagem da água, etc.

3. Passe o aquário por água, com uma esponja macia. Certifique-se que toda a água da lavagem é depois retirada. Atenção: nunca utilize produtos de limpeza como sabão, detergentes, etc. Por menor que seja a quantidade deste tipo de produto, pode revelar-se fatal para os peixes. Proponho, por isso, que compre alguns utensílios que servirão APENAS para o aquário: 1 balde grande, 1 balde pequeno, 1 bacia, 1 esponja, 1 ou 2 toalhas. De qualquer das formas, a maior parte das lojas de aquários oferece uma vasta gama de utensílios próprios.

4. Passe também por água as esponjas dos filtros e outros equipamentos que tenha adquirido.

5. Lave a areia, as pedras e quaiquer outros elementos decorativos que irá introduzir no aquário. Para lavar a areia, coloque-a numa bacia debaixo de água corrente, mexendo bem até que a água fique limpa. Os outros elementos decorativos deverão ser apenas passados por água, a não ser que não tenham sido adquiridos em casas especializadas. Nestes casos, o tratamento é bem diferente e não aconselho que se faça por enquanto.

Instalação do Aquário, Equipamento e Decoração
1. Monte o aquário pelo menos uma semana antes de adquirir os peixes, de modo a permitir que a água estabilize e a verificar se todo o equipamento está em condições.

2. Escolha a localização do aquário e coloque-o por cima do suporte. Atenção: Coloque sempre um pedaço de esferovite na base do aquário. Isso irá reduzir quaiquer hipóteses de desnivelamento.

3. Evite colocar o aquário num local demasiado exposto a iluminação natural, uma vez que isso irá provocar o crescimento excessivo de algas. Do mesmo modo, evite colocá-lo nu local onde a manutenção da temperatura (próximo de ar-condicionados, ventoinhas, geleiras, etc. Ainda, evite locais de passagem frequente (corredores, portas, etc.).

4. Assim que tiver o aquário posicionado no seu local “definitivo”, prepare todo o equipamento e elementos decorativos necessários. Se for utilizar um filtro biológico de fundo (FBF), é óbvio que terá que o colocar antes de qualquer tipo de cascalho. Mas se for utilizar outro tipo de sistema de filtragem (mecânica ou química), dependendo do tipo, escolha onde os irá colocar (o melhor é seguir o livro de instruções). O mesmo se aplica ao aquecedor; mas lembre-se que, para que funcione eficazmente, o filtro deverá ser colocado num local onde haja razoável corrente de água. A figura abaixo ilustra a forma como este equipamento pode ser disposto no aquário. Logicamente que a disposição irá variar conforme o tipo de equipamento escolhido.

5. Assim que tiver todo o equipamento montado, pode começar a decorar o seu aquário com os elementos decorativos devidamente lavados. Coloque o cascalho, as pedras, etc. com cuidado para evitar que caim uns em cima dos outros. Utilize a decoração para esconder o equipamento.

Introdução da água no aquário
1. Assim que terminar com a decoração, pode começar a introduzir a água. A forma mais simples de o fazer é, provavelmente, utilizando uma mangueira; mas, se preferir, pode colocá-la directamente, com muito cuidado para evitar a destruição da decoração: coloque um prato novo sobre o cascalho e deite a água para cima dele. Atenção que a água da torneira deverá ser tratada antes de introduzida no aquário, para retirar todo o cloro. Para isso, pode adquirir um Anti-Cloro e seguir as instruções, ou deixar “assentar” durante, pelo menos, 24 horas. Caso prefira deitar a àgua directamente, deverá aguardar umas 2 semanas antes de introduzir os peixes, para garantir que todo o cloro evapore.

2. Se for utilizar plantas vivas, o melhor é introduzí-las quando o aquário estiver com cerca de 2 ou 3 terços de água.

3. Assim que o aquário estiver cheio, ponha o sistema de filtragem a funcionar e ligue o aquecedor (regule-o para a temperatura desejada, que depende do tipo de peixe. Mas o ideal para peixes tropicais é entre 24 e 28 graus). Deixe-o funcionar durante alguns dias (cerca de uma semana), verificando o funcionamento do sistema. Irá aperceber-se que, ao início, a água estará meio turva, mas passados cerca de dois dias estará límpida.

A escolha e introdução dos peixes
1. Antes de se decidir pela compra de uma ou várias espécies para o seu aquário, procure conhecer um pouco mais sobre elas: exigências de temperatura, condições ideais de água, compatibilidades com outras espécies, etc. Quanto mais souber, melhor. Há peixes mais resistentes e mais fáceis de cuidar que outros.

2. Tomada a decisão, verifique se existe algum peixe morto ou com aspecto doente no aquário de onde será retirado. Isso pode ser sinal de que todos os outros estão também doentes. Verifique também se têm as barbatanas e as guelras em condições.

3. Tome cuidado com a quantidade de peixes que irá introduzir no seu aquário. Os peixes precisam de espaço suficiente para respirar e movimentar-se normalmente. Por outro lado, quanto mais peixes tiver o aquário, maior a quantidade de detritos que irão produzir e, claro, maior a quantidade de acções de tratamento e limpeza necessárias. Existem tabelas teóricas padronizadas, que nos dão uma indicação da quantidade de peixes que os diferentes tipos de aquário podem suportar, dependendo do seu volume e tipo de peixe. Mas deixemos isto para outra altura.

4. Quando estiver preparado para introduzir os peixes, coloque o saco plástico flutuando na aágua do aquário durante 10 minutos, para que se adaptem à temperatura.

5. Passados os 10 minutos, abra o saco e introduza um pouco da água do aquário. Feche-o novamente e deixe flutuar por mais cerca de 5 minutos. Repita esta acção mais uma vez. Alguns peixes sensíveis, como os Neon Tetra, exigem que esta acção se repita pelo menos 3 vezes.

6. E voilá....abra o saco e deixe que os peixes entrem no seu novo lar por eles mesmos.


Por fim, como principiante, deve saber que a água do seu aquário deve ser mudada com regularidade. Regra geral, para aquários pequenos e médios, convém fazer uma mudança de cerca de ¼ de água quinzenalmente. Para aquários maiores, esta mudança pode ser feita mensalmente.

Deve igualmente saber que a alimentação dos seus peixes deve ser cuidada. Não exagere. A sobre-alimentação é um dos erros mais comuns dos principiantes. Não se esqueça que a comida não consumida apodrece! Os peixes devem comer em cerca de 2/3 minutos. Mas, o mais simples é dar pequenas quantidades e observá-los comendo. Vá dando pequenas quantidades até verificar que começam a perder o interesse.


Referências:
- http://www.tropicalfishcentre.co.uk
- http://www.aquaworldnet.com
- http://www.thetropicaltank.co.uk

Imagens utilizadas:
- http://blackconti.twoday.net/topics/lustig
- http://www.aquaworldnet.com/awmag/images/22.gif
- http://www.sera.de
-
www.tutorials.com/.../07/0705/07051bg.gif

sábado, 23 de dezembro de 2006

Apresentando o Betta Splendens

Nomes Comuns: Betta, Fighter, Peixe-Lutador Siamês, etc.
Classe: Actinopterygii
Ordem:
Perciformes
Sub-Ordem: Anabantoidei
Família: Belontiidae
Tam. Máx.: 8cm
Tempo Méd. Vida: 2-3 anos
Reg. Tanque: Topo
Volume Mínimo: 10L
Dieta: Alimentos vivos. Aderem facilmente a flocos e congelados.
Reprodução: Ovíparo - ninho de bolhas
Tratamento: Fácil - Intermédio
pH: 6.8 - 7.4
Dureza: até 20 dGH
Temperatura: 24 - 30 C

O Betta Splendens, mais comummente chamado “Betta” ou “Fighter”, é um peixe originário da Ásia e extremamente popular entre os aquaristas, pela sua excentricidade, beleza e resistência – o que o torna num dos mais indicados para principiantes.

São igualmente conhecidos por Siamese Fighting Fish (em Inglês) ou Peixe-Lutador Siamês (em Português). Esta fama provém do facto dos Betta machos lutarem instintivamente entre sí – muitas vezes até à morte! - para defenderem o seu território. Em muitos países, devido a esta característica, os machos desta espécie são utilizados em lutas de apostas. As fêmeas, por seu turno, convivem mais pacificamente entre elas, apesar de poderem demonstrar algum instinto territorial. Contudo, no convívio com outras espécies – num tanque comunitário, por exemplo – este peixe é muito dócil. Como já referí, nós temos neste momento o nosso casal de Bettas dentro do nosso tanque comunitário, junto com todos os outros – gouramis, zebras, mollies, zebras, etc.

Apesar das suas cores poderem variar muito, as mais comuns que se encontram no mercado são o azul, o vermelho e o branco, ou combinações de azul e vermelho. Mas o que mais chama à atenção nesta espécie são as longas barbatanas que os machos têm e que podem assumir diferentes formas. As fêmeas, porém, são geralmente menos coloridas e têm barbatanas muito mais curtas.

Eles pertencem à família dos Anabantídeos, cuja particularidade é possuir um órgão respiratório chamado labirinto, que os torna capazes de absorver oxigênio da superfície para suprir as suas necessidades.

Sendo bem tratados, estes peixes podem chegar a viver até 3 anos e atingir cerca de 8 cm.
A sua origem, habitat, dieta, reprodução e outros aspectos relacionados com esta espécie serão mais aprofundadamente abordados em próximas postagens.

Descrição Física:
Como já referi, os Betta machos apresentam, em comparação com as fêmeas, barbatanas muito mais lo
ngas e coloridas, que podem variar na sua forma e no seu tamanho. De qualquer das formas, qualquer Betta contém as seguintes barbatanas: 1 (ou duas) caudal, 1 dorsal, 2 pélvicas, 1 anal e 2 peitorais. As formas de classificação dos Bettas é feita com base na forma e tamanho das barbatanas e na sua coloração. Abaixo algumas classificações comuns com base no tipo de barbatana:
  • Veil Tail (VT)Estas são as barbatanas mais comuns nos Bettas. A sua cauda é muito comprida e abre-se mais na base do que no topo.
  • Halfmoon (HM) - termo utilizado para uma barbatana caudal que, quando completamente aberta, tem uma aparência de meia-lua, como um “D” maiúsculo. A barbatana caudal em leque é de uns quase exactos 180º, e as pontas devem ser direitas. As barbatanas caudais que se abrem em mais de 180º são chamadas de Over-Halfmoon (OHM).
  • Super Delta (HMx) – termo utilizado para um Betta com uma cauda com menos de 180º e mais de 120º. As vulgares caudas Delta têm menos de 120º.
  • Crowntail e Combtail (CT) - termo usado para designar Bettas cujos raios de todas as barbatanas se extendem pelo menos 33% para lá da borda das barbatanas. Qualquer Betta que tenha as mesmas características, mas cujo valor seja inferior aos 33% é considerado um Combtail. As variantes de CTs são: double ray (dr), double double ray (ddr), e cross ray (cr).
  • Rosetail (RT) – A maior característica dos Rosetail é o excesso de ramificações nas barbatanas caudal, dorsal e anal. Em particular, a excessiva ramificação e sobreposição de raios na barbatana caudal resulta numa aparência de “rosa”, o que explica o nome.
  • Double Tail (DT) – estes Betta têm barbatanas caudais duplas. As barbatanas duplas são consideradas mutações genéticas.
  • Roudtail (RdT) – Estes Betta têm a barbatana caudal arredondada.
Assim como caracterizamos os Betta quanto à forma e tamanho das barbatanas, podemos caracterizá-los com base na sua coloração:
  • Grizzle (GZ) – são os Betta que apresentam alguma forma de padrão aleatório (pintas, manchas, etc.) de qualquer cor iridescente, sobre um corpo pastel ou opaco.
  • Multicolor (MC) – designação dada aos Betta com duas ou mais cores, que não cabem em qualquer das outras categorias padronizadas. Idealmente, as cores devem ser de alto contraste entre elas. Porém, ter apenas uma cor diferente na cabeça ou na ponta de uma cauda dorsal, por exemplo, não é suficiente para designar MC.
  • Pastel – as cores Pastel incluem o branco, o verde, e o azul, etc.
  • Butterfly (BF) – trata-se de um Betta com um padrão específico na barbatana. A chave está portanto nas barbatanas, que apresentam uma faixa de alto contraste. A faixa deve ser oval em torno do corpo do peixe.
  • Marble (MB) – assim como o BF, trata-se de um Betta com determinado padrão. Porém, a chave, neste caso, é a falta de faixas nas barbatanas, e a presença de outras cores no corpo, num efeito similar ao mármore.
Os Betta têm um corpo coberto de escamas que se sobrepõem umas às outras, protegendo-os de possíveis ferimentos, e que lhes permite a aerodinâmica necessária para nadarem suavemente e sem esforço. Estas escamas crescem da sua própria pele e são geralmente descoloridas. Na verdade, a coloração que assumem é originária de células de pigmentação localizadas na sua pele. Sobre as escamas surge ainda uma película de múcuo que lhes protege de parasitas e infecções.

A sua coloração é utilizada fundamentalmente para repelir os predadores e para atrair o parceiro.

O facto de se alimentarem principalmente de comida de superfície justifica terem a boca virada para cima.


Referências:
- http://animaldiversity.ummz.edu
- http://aquariumlore.blogspot.com
- http://pt.wikipedia.org

terça-feira, 7 de novembro de 2006

Eu, aquarista amador

Uma de minhas maiores paixões é o aquarismo. Para quem não sabe: "a técnica de se criar peixes, plantas e outros organismos aquáticos, geralmente em caixas de vidro, acrílico ou plástico - aquários - para fim decorativo ou de estudo..." (http://pt.wikipedia.org/wiki/Aquarismo).

Quando miúdo, em casa de meus pais, recordo-me de um dos meus irmãos ter construido um pequeno aquário quadrado (cerca de 10 litros), e esse aquário lá esteve em casa algum tempo com uns peixitos - penso que eram guppies. Nesse processo, também aprendi a construí-los. Um dia, comprei mesmo algum vidro e construi o MEU aquário (com cerca de 35 litros). Nesse, recordo-me, coloquei um molly preto - ao qual chamei de Nguenha, apelido de Malangatana, por causa dos grandes olhos que tinha - e, claro, mais uma série de guppies que eu próprio apanhava no jardim Tunduru.

Divertia-me imenso observando os peixes, mas muito pouco percebia de aquarismo. Os peixes foram morrendo, e acabei por virar as antenas para outras atracções, mais "terrestres".
Por alguma razão, no início do ano passado, deu-me novamente a pancada dos peixes. Comentei com a minha mulher essa vontade e a recepção não foi muito boa. Até porque a nossa casa já era uma espécie de jardim zoológico, com 3 gatos, 1 cão e uma série de pássaros livres que todos os dias aparecem para debicar no tacho que lhes preparamos. Mesmo assim, um amigo meu disponibilizou-me um aquário de 35 litros que tinha fora de uso, e resolvi aceitar.

Dessa vez tive o cuidado de procurar um pouco mais de informação sobre técnicas de criação de peixes, antes de avançar numa nova aventura. Um cardume de
zebras, outro de neon tetras, um grande caracol amarelo, e, claro, guppies, foram os primeiros habitantes desse pequeno paraíso que criei e coloquei na sala de estar. Um dia, a mãe-guppie pariu e foi uma madrugada de agitação, porque a minha mulher não largava do aquário. Resultado? Em Dezembro, recebia eu como presente um grande aquário de 300 litros - o nosso pequeno oceano.

Hoje a paixão pelos aquários e pelos peixes é, talvez, maior em minha mulher do que em mim (como as mulheres funcionam, ãh???).

Actualmente, temos nesse grande aquário:

  • 2 x viúvas negras (eng.: black widow tetras; sci.: gymnocorymbus ternetzi)
  • 2 x pinguins (eng.: penguin tetra; sci.: thayeria boehlkei)
  • 2 x gourami pérola (eng.: pearl gourami; sci.: trichogaster leerii)
  • 1 x gourami azul (eng.: blue gourami; sci.: trichogaster trichopterus)
  • 3 x harlequins (eng.: harlequin rasbora; sci.: trigonostigma heteromorpha)
  • 1 x cory bronze albino (eng.: albino bronze cory; sci.: corydoras aeneus)
  • 1 x pleco comum (eng.: common pleco; sci.: hypostomus plecostomus)
  • 1 x molli veleiro (eng.: sailfin molli; sci.: poecilia latipinna)
  • 2 x mollies,
  • 4 x guppies reais (eng.: guppie; sci.: poecilia reticulata)
  • 3 x gold phantom tetras (sci.: hyphessobrycon roseus),
  • 3 x tanictis (eng.: white cloud mountain minnow; sci.: tanichthys albonubes)
  • 1 x comedor de algas chinês dourado (eng.: gold chinese algae eater; sci.: gyrinocheilus aymonieri)
  • 1 x betta fêmea azul (eng.: siamese fighting fish; sci.: betta splendens)

Para além destes, e enquanto resolvo o problema com um dos aquários mais pequenos, o nosso betta macho azul está também no tanque principal junto com todos os outros (e dá-se muito bem com a fêmea!!!). Isto porque o seu lar habitual está ocupado pelos seus próprios filhotes (17 ao todo!!). Mas isso é uma história para contar noutra altura. Por enquanto, aí vai uma foto de um betta macho azul igual ao nosso:

Ainda, no mesmo aquário, dentro de uma maternidade, estão os 8 primeiros filhotes de nossa guppy real azul. Isto cá por casa é só parir!!! Mas, em relação a estes, estou muito curioso para saber se crescerão reais como os pais ou se serão vulgares. Encontra-se muito pouca informação na net sobre isto.

Enfim, as histórias são muitas. Por isso, como primeiro post, fica apenas a nossa apresentação, esperando que este blog sirva de inspiração para que surjam novos aquaristas, para que possamos trocar experiências em português, enfim...que seja aquilo que for, desde que seja sobre peixes, aquários e tudo o que se relacione.

Aqui publicarei descrições detalhadas sobre algumas espécies de peixes tropicais de água doce, relatos de experiências minhas, informação sobre cuidados a ter com os peixes e com os aquários, sobre reprodução, plantas, etc.

Abraços e até já.